segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Propaganda Nazista
O Triunfo da Vontade


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A reunião anual do NSDAP (Partido nacional-socialista alemão) realizada em 1934 revelou-se extraordinária não pelo acontecimento em si, porque os nazistas já haviam feito outros colossais comícios de massas, mas pela excelência do documentário que a registrou. Pode-se dizer que Der Triumph des Willens (O triunfo da vontade, seu título), dirigido e montado por Leni Riefenstahl, ficou sendo uma das poucas coisas que, no que se refere à estética moderna, perdurou daquele triste regime.

O Nazismo e a Propaganda


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O Rienzi de Wagner inspirou Hitler

Desde que quando era bem jovem, tentando inutilmente afirmar-se como um artista e como pintor em Viena e em Linz, Hitler assistira várias vezes a Rienzi, ópera de Richard Wagner, de quem se dizia admirador e fiel discípulo, deixando-se tocar para sempre pela grandiosidade da cenografia do mestre da música alemã. Justamente por este seu passado vinculado às belas tintas e ao gosto pela música grandiloqüente é que a Reichswehr, o exército alemão, o incumbiu de tarefas propagandísticas no conturbado período do após I Guerra, na Alemanha, contratando-o para neutralizar a ascendência comunista e pró-bolcheviques das tropas. Mal ingressando no NSDAP (National-sozialistische Arbeiten Partei) em 1919, o caudilho nazista procurou inspirar-se no princípio da arte total wagneriana aplicando-a no terreno da política de massas, encenando todas as suas aparições públicas de orador do partido como se fosse a entrada de um célebre tenor nos palcos de um teatro.

O Ministério da Propaganda


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Um fervor fanático

Hitler preocupava-se com os mínimos detalhes para dar às circunstâncias que o envolviam um ar de tragédia heróica e romântica, inspirada geralmente na mitologia guerreira nórdica, onde todas as atenções se encontram na figura mítica que se apresenta frente ao seu povo. Não havia nisso nenhum sutileza. Chamou isso de propaganda mesmo e nunca tentou esconder esse procedimento de ninguém. Tão importante ela se fez para o novo regime que ascendera ao poder na Alemanha de Weimar, em janeiro de 1933, que uma das medidas mais imediatas foi a criação de um Ministério da Propaganda, entregando sua direção ao doutor Joseph Goebbels. Num regime que se assumia como absoluto, total, todos espaços que dali por diante circundavam os cidadãos, nas ruas, nos edifícios, no estádios, os prédios público e privados, nas fábricas e nas escolas, tudo o que fosse impresso ou que circulava no ar, deveria ser preenchido pelas mensagens, slogans e símbolos do partido nazista e do seu guia Adolf Hitler.

Na Estrada do Triunfo


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Leni com milicianos

O Führer, que tudo supervisionava, não gostara dos documentários feitos pela gente do partido. Pareceram-lhe improvisados, toscos, coisa de amadores. No governo, a situação era outra. Poderia contar com os enormes recursos do Estado alemão, agora dominado por ele e por seus seguidores. Foi assim que ao encontrar-se com Leni Riefenstahl indicou-a como a sua cineasta de confiança. Artista famosa por atuar em filmes de montanha, o primeiro deles dirigido por ela em 1932, Leni daria um toque de profissionalismo e talento ao filme documentário político alemão. Para ela, foi uma questão de transferir a imensidão silenciosa dos Alpes, onde gostava de filmar e aparecer em todo o tipo de situação, para as colossais e barulhentas concentrações de massa organizadas pelo partido nazista. Deslocar o alvo da câmera dos cimos elevados e baixá-la para a planície onde se reuniam as multidões, mantendo sempre o seu aspecto espetacular, magnificente.

Artigo publicado pelo site: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/propaganda.htm

Sendo a ele pertencente, todos os créditos pelo artigo e fotos, estado neste blog para o conhecimento dos meus alunos.

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