domingo, 26 de setembro de 2010

PREMIAÇÃO DAS EQUIPES QUE PARTICIPARAM DA II OLIMPÍADA DE HISTÓRIA - UNICAMP


Diretor Maurício do Bem WerneK e o Prof.Dioni falam aos alunos sobre o trabalho desenvolvido pelas equipes.

Na última sexta-feira, dia 24 de setembro, foram entregues medalhas e diplomas aos alunos que participaram da II Olímpiada de História da Unicamp.
A E.E. Manuel Inácio Peixoto esteve representada pelas alunas Débora Brandão Barbosa, Joyce Serapião Borges e Tainah Lanziére de Souza do 1º ano A1 e pelos alunos Mateus Xavier Lima Machado, Larissa Rocha Abadias e Beatriz Vicente de Freitas do 2ºano A2.
Durante 4 semanas os alunos estiveram participando de atividades ligas ao conhecimento de História do Brasil além de prepararem relatos sobre vários aspectos que envolviam o trabalho.
Mais uma vez ficam os nossos parabéns as equipes e seus familiares pelo apóio e participação nesta competição onde alcançamos a 4º fase.
Espero estarmos juntos em 2011 para uma nova disputa.


Equipes participantes com o Diretor Maurício e a supervisora Lúcia.


Alunos compartilham da alegria dos colegas

Equipes Competidoras da II Olímpiada de História da Unicamp.

Darwinismo Social 2º ANO

O século XIX foi marcado pelo desenvolvimento do conhecimento científico. A busca por novas tecnologias, alavancada pela Revolução Industrial, fez com que os estudiosos se multiplicassem nas mais variadas áreas do conhecimento. Nessa época, várias academias e associações voltadas para o “progresso da ciência” reconheciam a figura dos cientistas e colocavam os mesmos como importantes agentes de transformação social.

No ano de 1859, um estudioso chamado Charles Darwin transformou uma longa caminhada de viagens, anotações e análises no livro “A origem das espécies”. Nas páginas daquela obra revolucionária nascia a teoria evolutiva, o mais novo progresso galgado pela ciência da época. Negando as justificativas religiosas vigentes, Darwin apontou que a constituição dos seres vivos é fruto de um longo e ininterrupto processo de transformação e adaptação ao ambiente.

Polêmicas à parte, Darwin expôs que as espécies se transformavam a partir de uma seleção em que características mais adaptadas a um ambiente se tornavam predominantes. Com isso, os organismos que melhor se adaptavam a um meio poderiam sobreviver através do repasse de tais mudanças aos seus descendentes. Em contrapartida, os seres vivos que não apresentavam as mesmas capacidades acabavam fadados à extinção.

Com o passar do tempo, observamos que as noções trabalhadas por Darwin acabaram não se restringindo ao campo das ciências biológicas. Pensadores sociais começaram a transferir os conceitos de evolução e adaptação para a compreensão das civilizações e demais práticas sociais. A partir de então o chamado “darwinismo social” nasceu desenvolvendo a ideia de que algumas sociedades e civilizações eram dotadas de valores que as colocavam em condição superior às demais.

Na prática, essa afirmativa acaba sugerindo que a cultura e a tecnologia dos europeus eram provas vivas de que seus integrantes ocupavam o topo da civilização e da evolução humana. Em contrapartida, povos de outras regiões (como África e Ásia) não compartilhavam das mesmas capacidades e, por tal razão, estariam em uma situação inferior ou mais próxima das sociedades primitivas.

A divulgação dessas teorias serviu como base de sustentação para que as grandes potências capitalistas promovessem o neocolonialismo no espaço afro-asiático. Em suma, a ocupação desses lugares era colocada como uma benfeitoria, uma oportunidade de tirar aquelas sociedades de seu estado “primitivo”. Por outro, observamos que o darwinismo social acabou inspirando os movimentos nacionalistas, que elaboravam toda uma justificativa capaz de conferir a superioridade de um povo ou nação.

De fato, o darwinismo social criou métodos de compreensão da cultura impregnados de equívocos e preconceitos. Na verdade, ao falar de evolução, Darwin não trabalhava com uma teoria vinculada ao choque binário entre superioridade e inferioridade. Sendo uma experiência dinâmica, a evolução darwiniana acreditava que as características que determinavam a “superioridade” de uma espécie poderiam não ter serventia alguma em outros ambientes prováveis.

Com isso, podemos concluir que as sociedades africanas e asiáticas nunca precisaram necessariamente dos valores e invenções oferecidas pelo mundo ocidental. Isso, claro, não significa dizer que o contato entre essas culturas fora desastroso ou marcado apenas por desdobramentos negativos. Entretanto, as imposições da Europa “superior” a esses povos “inferiores” acabaram trilhando uma série de graves problemas de ordem, política, social e econômica.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
http://www.brasilescola.com/historiag/darwinismo-social.htm



http://www.trdd.org/eugbr_1p.htm SITE SOBRE EUGENIA

Reportagem
edição 49 - Novembro 2007
Eugenia, a biologia como farsa
No século XIX o racismo ganhou status científico por meio de uma doutrina que inspirou governos e intelectuais de todo o mundo
por Pietra Diwan
ARQUIVO MAX-PLANCK-GESELLSCHAFT, BERLIM
Durante a década de 30, uma série de exames antropométricos foram realizados na Alemanha nazista para catalogar características físicas da população. O célebre eugenista Otmar von Verschuer em ação
Inglaterra, século XIX. As transformações desencadeadas pela segunda fase da Revolução Industrial alteram profundamente a vida social. O medo burguês da multidão nascente, aliado ao triunfo do discurso científico, encontra na biologia um meio de pôr ordem no aparente caos social: reurbanização, disciplina e políticas de higiene pública deveriam ser aplicadas com a finalidade de prevenir a degradação física dos trabalhadores para evitar prejuízos na economia.

Em meio ao clima de crença inabalável na ciência, o naturalista inglês Charles Darwin publica em 1859 o livro fundador do evolucionismo: A origem das espécies. As descobertas de Darwin mostravam que no mundo animal, na permanente luta pela vida, só os mais bem adaptados sobrevivem e os mais bem “equipados” biologicamente têm maiores chances de se perpetuar na natureza. As teses de Darwin logo são transportadas para outros campos do conhecimento em uma tentativa de explicar o comportamento humano em sociedade. Surge assim o darwinismo social, que apresenta os burgueses como os mais capazes, os mais fortes, os mais inteligentes e os mais ricos.

O cenário estava armado para que o primo de Darwin, o pesquisador britânico Francis Galton, se apropriasse das descobertas do naturalista para desenvolver uma nova ciência. Seu objetivo: o aperfeiçoamento da espécie humana por meio de casamentos entre os “bem dotados biologicamente” e o desenvolvimento de programas educacionais para a reprodução consciente de casais saudáveis. Seu nome: eugenia.

Os métodos propostos pelos entusiastas da nova ciência, porém, não se resumiam à criação de um “haras humano”, povoando o planeta de gente sã, como propunham os defensores da “eugenia positiva”. No outro extremo, a “eugenia negativa” postulou que a inferioridade é hereditária e a única maneira de “livrar” a espécie da degeneração seria utilizar métodos como a esterilização, a segregação, a concessão de licenças para a realização de casamentos e a adoção de leis de imigração restritiva.
VOCÊ PODE LER ESTE ARTIGO COMPLETO NO SITE DA REVISTA HISTORIA VIVA
http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/eugenia_a_biologia_como_farsa.htm

2º ANO EXPANÇÃO CAPITALISTA E IMPERIALIMO.

História do Imperialismo e Neocolonialismo
Na segunda metade do século XIX, países europeus como a Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Itália, eram considerados grandes potências industriais. Na América, eram os Estados Unidos quem apresentavam um grande desenvolvimento no campo industrial. Todos estes países exerceram atitudes imperialistas, pois estavam interessados em formar grandes impérios econômicos, levando suas áreas de influência para outros continentes.
Com o objetivo de aumentarem sua margem de lucro e também de conseguirem um custo consideravelmente baixo, estes países se dirigiram à África, Ásia e Oceania, dominando e explorando estes povos. Não muito diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, que utilizou como desculpa a divulgação do cristianismo; o neocolonialismo do século XIX usou o argumento de levar o progresso da ciência e da tecnologia ao mundo.

Na verdade, o que estes países realmente queriam era o reconhecimento industrial internacional, e, para isso, foram em busca de locais onde pudessem encontrar matérias primas e fontes de energia. Os países escolhidos foram colonizados e seus povos desrespeitados. Um exemplo deste desrespeito foi o ponto culminante da dominação neocolonialista, quando países europeus dividiram entre si os territórios africano e asiático, sem sequer levar em conta as diferenças éticas e culturais destes povos.
Devido ao fato de possuírem os mesmo interesses, os colonizadores lutavam entre si para se sobressaírem comercialmente. O governo dos Estados Unidos, que já colonizava a América Latina, ao perceber a importância de Cuba no mercado mundial, invadiu o território, que, até então, era dominado pela Espanha. Após este confronto, as tropas espanholas tiveram que ceder lugar às tropas norte-americanas. Em 1898, as tropas espanholas foram novamente vencidas pelas norte-americanas, e, desta vez, a Espanha teve que ceder as Filipinas aos Estados Unidos.
Um outro ponto importante a se estudar sobre o neocolonialismo, é à entrada dos ingleses na China, ocorrida após a derrota dos chineses durante a Guerra do Ópio (1840-1842). Esta guerra foi iniciada pelos ingleses após as autoridades chinesas, que já sabiam do mal causado por esta substância, terem queimado uma embarcação inglesa repleta de ópio. Depois de ser derrotada pelas tropas britânicas, a China, foi obrigada a assinar o Tratado de Nanquim, que favorecia os ingleses em todas as clausulas. A dominação britânica foi marcante por sua crueldade e só teve fim no ano de 1949, ano da revolução comunista na China.
Como conclusão, pode-se afirmar que os colonialistas do século XIX, só se interessavam pelo lucro que eles obtinham através do trabalho que os habitantes das colônias prestavam para eles. Eles não se importavam com as condições de trabalho e tampouco se os nativos iriam ou não sobreviver a esta forma de exploração desumana e capitalista. Foi somente no século XX que as colônias conseguiram suas independências, porém herdaram dos europeus uma série de conflitos e países marcados pela exploração, subdesenvolvimento e dificuldades políticas.
Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/477009-capitalismo-monopolista/

TEXTO Nº 2
Capitalismo Monopolista
Fonte : sobre História Por Fábio Costa Pedro e Olga M. A. Fonseca Coulon
fapedro@uol.com.br
http://www.algosobre.com.br/historia/capitalismo-monopolista.html
O Desenvolvimento Industrial, e a Concentração do Capital
A primeira metade do século XIX foi caracterizada pelo capitalismo liberal e pelo "laissez-faire". A Inglaterra, pioneira no processo de industrialização, proclamou-se a "oficina do mundo", defendendo a liberdade de vender seus produtos em qualquer país, sem barreiras alfandegárias, bem como o livre acesso às fontes de matérias primas.
A partir de meados do século, o desenvolvimento tecnológico levou ao surgimento de novos métodos de obtenção do aço, produzindo um material mais resistente e maleável, utilizado em máquinas, na construção civil, nos transportes e em objetos de uso corrente. Novas fontes de energia, como o gás e a eletricidade, substituíram gradativamente o vapor. Vários tipos de motor de combustão interna (a gás, a óleo ou a gasolina) possibilitaram o aperfeiçoamento dos meios de transporte (navio, trem, automóvel). Desenvolveram-se as siderúrgicas, a metalurgia a mecânica pesada, a indústria petrolífera, o setor ferroviário e de telecomunicações (telégrafo, telefone e rádio).
0 aumento da mecanização e da divisão do trabalho nas fábricas permitiram a produção em massa, reduzindo os custos por unidade e incentivando o consumo. A cada progresso técnico introduzido, os países industrializados alargavam o mercado interno e conquistavam novos mercados externos. A riqueza acumulava-se nas mãos da burguesia industrial, comercial e financeira desses países. Ela não representou o fim da miséria dos trabalhadores, que continuavam submetidos a baixos salários, mas contribuiu para a elevação geral do nível de vida.
Os avanços técnico-científicos exigiam a aplicação de capitais em larga escala, produzindo fortes modificações na organização e na administração das empresas. As pequenas e médias firmas de tipo individual. e familiar cederam lugar aos grandes complexos industriais. Multiplicaram-se as empresas de "sociedade por ações" ou "sociedade anônima" de capital dividido entre milhares de acionistas, permitindo a captação da poupança de pequenos investidores, bem como associações e fusões entre empresas.
Esse processo ocorreu também nos bancos: um número restrito deles foi substituindo a multidão de pequenas casas bancárias existentes. Ao mesmo tempo, houve uma aproximação das indústrias com os bancos, pela necessidade de créditos para investimentos e pela transformação das empresas em sociedades anônimas, cujas ações eram negociadas pelos bancos. 0 capital industrial, associado assim ao capital bancário, transformou-se em capital financeiro, controlado por poucas grandes organizações.
A expansão do sistema capitalista conviveu com crises econômica que ocorreram com uma certa regularidade no século XIX e também posteriormente, sendo consideradas naturais pelos economistas liberais, Tais crises, de modo geral, obedeciam ao seguinte ciclo: a uma fase de alta de preços, salários, taxas de juros e lucros, acontecia a falência de uma ou de várias empresas e bancos incapazes de saldar seus compromissos, devido a má administração, a especulação ou a qualquer outro fator.
A falência afetava a confiança do público e dos acionistas de outras empresas e bancos, reduzindo o consumo e o investimento. As indústrias diminuíam o ritmo da produção, caíam o emprego e o poder de compra da população, acarretando novas baixas de preços, lucros e mais falências. Quando os estoques de produtos esgotavam-se, a produção ré tomava lentamente o crescimento, com um menor número de empresas e ma ior concentração do capital, restabelecendo o equilíbrio do sistema.

O Neocolonialismo ÁFRICA E ÁSIA
FONTE: HISTÓRIANET
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=252

Durante o século XIX, principalmente em sua segunda metade, desenvolveu-se um processo de conquistas sobre a África e Ásia, denominado Neocolonialismo. Praticamente todo o continente africano foi conquistado, exceção à Etiópia e a Libéria, pelas potências européias. Os territórios dominados por Portugal e Espanha eram os mais antigos.
O Neocolonialismo foi a principal expressão do imperialismo, forma assumida pelo capitalismo a partir da Segunda Revolução Industrial. O domínio das potências européias não foi apenas econômico, mas completo, ou seja, militar, político e social, impondo à força um novo modelo de organização do trabalho, que pudesse garantir, principalmente, a extração de minérios, para as industrias da Europa. `A violência militar e a exploração do trabalho, somam-se as imposições sociais, incluindo a disseminação do cristianismo entre os povos nativos, num processo de aculturação e na maioria dos casos, de destribalização.

Do ponto de vista ideológico, o neocolonialismo foi justificado por uma teoria racista, que julgava que os povos asiáticos e, principalmente africanos, não poderiam, sozinhos, atingir o progresso e o desenvolvimento, cabendo ao europeu levar-lhes essa possibilidade.
Essas características, que compõem o quadro de exploração afro-asiático, refletiam a nova ordem da economia a partir do século XIX, quando a burguesia tornou-se hegemônica em alguns países. Essa classe proprietária, possuía o poder econômico, passou a servir de modelo social e, por último, conquistou o poder político. A hegemonia burguesa e a rápida industrialização deu origem aos grandes conglomerados empresariais e ao capitalismo monopolista, que passou a buscar mercados monopolizados.
A Partilha Afro-asiática foi um processo desigual, tendo a Inglaterra formado um verdadeiro Império Colonial, ao passo que, Alemanha e Itália (que se unificaram tardiamente) ficaram com um número menor de territórios, fato que é considerado uma das causas para a eclosão da Primeira Guerra Mundial.

Um dos processos mais destacados durante o avanço do imperialismo foi a abertura dos mercados chineses, primeiro através da Guerra do Ópio (1839-42), que terminou com a derrota da China, que foi forçada a aceitar o Tratado de Nanquim, pelo qual os chineses se comprometiam a abrir cinco portos ao comércio inglês, destacando-se Xangai e Cantão, e além disso cediam o de Hong Kong. Na década de 50, uma intervenção franco-britânica obrigou o governo chinês a fazer novas concessões. Pelo Tratado de Pequim (1860) abriram-se 11 outros portos no país e foram ampliadas as vantagens aos comerciantes estrangeiros.
O Domínio econômico estrangeiro e a fraqueza do Império, fez surgir no país, diversos movimentos de cunho nacionalista, que atingiu o auge em 1900, quando os representantes estrangeiros em Pequim foram perseguidos e, em resposta, houve a intervenção militar conjunta da Inglaterra, França, EUA, Rússia, Alemanha e Japão.

domingo, 19 de setembro de 2010

Campos de concentração 2º Guerra

MATERIA DO 3º ANO


Campo de Concentração de Auschwitz
O horror antes de Auschwitz
Como os soldados de Hitler mataram milhares de judeus quando os campos de extermínio ainda não funcionavam
Carlos Graieb

Os campos de concentração nazistas, escreveu a filósofa alemã Hannah Arendt, foram "mundos dementes, mas que funcionavam". Dementes, porque devotados à mais completa degradação de seus prisioneiros, seguida por seu extermínio. Funcionais, porque operavam sob uma lógica industrial rigorosa: com suas câmaras de gás e fornos de cremação, eles produziam cadáveres em massa. Antes que as câmaras de gás fizessem suas primeiras vítimas, no começo de 1942, judeus já vinham sendo eliminados pelos nazistas de maneira sistemática, em regiões do Leste Europeu. Os assassinatos eram feitos a bala, e ficavam a cargo dos Einsatzgruppen – esquadrões especialmente destacados para essa tarefa. Um dos capítulos menos estudados da história do holocausto, o trabalho desses esquadrões é tema de um livro notável (e chocante) lançado agora nos Estados Unidos. Ele se chama Masters of Death (Mestres da Morte) e foi escrito pelo premiado historiador aneira sistemática, em regiões do Leste Europeu. Os assassinatos eram feitos a bala, e ficavam a cargo dos Einsatzgruppen – esquadrões especialmente destacados para essa tarefa. Um dos capítulos menos estudados da história do holocausto, o trabalho desses esquadrões é tema de um livro notável (e chocante) lançado agora nos Estados Unidos. Ele se chama Masters of Death (Mestres da Morte) e foi escrito pelo premiado historiador Richard Rhodes.
Sob as ordens de Heinrich Himmler, um dos mais fiéis seguidores de Hitler e poderoso comandante das SS, as forças nazistas de elite, os Einsatzgruppen entraram em atividade em junho de 1941. Seguindo a vanguarda do Exército, que invadira a Polônia, eles inicialmente tinham o papel de inviabilizar movimentos de resistência, eliminando políticos, clérigos, intelectuais e outros líderes locais. Um mês depois, contudo, suas incumbências se ampliaram e, segundo Rhodes, os Einsatzgruppen se tornaram os primeiros agentes do plano de Hitler de exterminar os judeus. "A decisão de matar os judeus do Leste, tomada no verão de 1941, responde à pergunta que confundiu os estudiosos do holocausto por anos: quando Hitler ordenou a Solução Final?", afirma o historiador.
Em dezoito meses de atividade, estima-se que os esquadrões de Himmler tenham eliminado cerca de 1 milhão de judeus na Polônia, na Rússia, na Estônia, na Ucrânia, na Lituânia, na Letônia e na Bielo-Rússia. "Quase toda vila nessas regiões tem um sítio de extermínio em suas proximidades", diz Rhodes. Para que matanças em tão grande escala pudessem ser realizadas, os nazistas reuniam grupos de judeus nas cidades e os conduziam para locais ermos, onde eles eram fuzilados em barrancos, charcos ou fossos cavados especialmente para receber os corpos. Como a queda desordenada das vítimas fazia com que as sepulturas coletivas se enchessem rapidamente, um dos mais altos oficiais dos Einsatzgruppen, Friedrich Jeckeln, desenvolveu o método das "latas de sardinhas". Um certo número de prisioneiros era trazido em fila e obrigado a se deitar de bruços no chão. Ele recebiam, então, tiros na nuca. O grupo seguinte deitava-se sobre os cadáveres, e assim sucessivamente, até que se erguessem pilhas altas – e regulares – de mortos. Numa das mais atrozes execuções desse tipo, 13.000 judeus sucumbiram num único dia. Eles caminharam 6 milhas até o local do extermínio. Lá, tiveram seus bens confiscados, suas roupas arrancadas e foram conduzidos, cinqüenta por vez, para três "latas de sardinhas". Apenas doze nazistas manejaram armas. "Quando a cartucheira de um dos assassinos se esvaziava, outro o substituía enquanto ele descansava", conta Rhodes. Como a primeira coluna de vítimas chegou às 9 da manhã e a matança continuou até as 5 da tarde, estima-se que nove pessoas foram mortas por minuto, em cada fosso. Em outras localidades, soldados nazistas fizeram experiências não apenas para dispor os cadáveres de maneira ordenada, mas também para dissolvê-los com o uso de produtos químicos, espalhados sobre as sepulturas quando muitas das vítimas ainda agonizavam.
Embora métodos como o desenvolvido por Jeckeln fossem eficientes, eles não eliminavam um problema sério para as forças nazistas: o stress psicológico dos que matavam velhos, mulheres e crianças. Sabe-se que existiram, entre os soldados e oficiais nazistas, homens que cumpriam essa tarefa com boa dose de prazer. Um testemunho transcrito por Rhodes fala de um soldado alemão que percorreu as ruas de Minsk, na Bielo-Rússia, cantarolando enquanto trazia uma criança empalada em sua baioneta. Um jovem oficial, Max Täubner, desenvolveu um comportamento tão selvagem nas execuções que acabou punido por seus superiores. Certa vez, Täubner prendeu dezenas de judeus em um porão, sem água nem comida. Quando já estavam enfraquecidos, o nazista os matou a pauladas. Em contrapartida, havia aqueles para quem o extermínio era um trabalho penoso. Isso, é claro, não serve como atenuante para as atrocidades cometidas. Como diz Rhodes, esses conflitos mentais são evidência de culpa: "Os homens dos Einsatzgruppen tinham plena consciência de que seus atos eram criminosos, ainda que a maior autoridade do Estado alemão os tivesse ordenado".
Não foram poucos os nazistas que sofreram colapsos nervosos depois de participar de massacres. Para atenuar essas dores, muita coisa foi tentada. Os soldados eram estimulados a se reunir e celebrar depois de uma execução. "De dia atiramos, à noite festejamos", tornou-se o mote de muitos deles. Rhodes relata uma ocasião em que um grupo de atiradores foi premiado com uma inesperada porção de morangos com creme depois de um dia de fuzilamentos. Uma das teses centrais de Mestres da Morte é que a perturbação vivida por nazistas durante essas execuções incentivou o surgimento de métodos mais impessoais de extermínio.
O próprio Himmler sentiu na carne o mal-estar que uma sessão de fuzilamentos podia causar. Em 15 de agosto de 1941, uma delas foi organizada para que ele assistisse. O chefe das SS não suportou a violência, dando claros sinais de náusea. Os biógrafos de Himmler são unânimes em identificar a covardia como uma de suas características marcantes, bem como um apego hipócrita aos chamados "sentimentos elevados". Depois de gemer e suar enquanto algumas centenas de judeus eram mortos à sua frente, ele não escondeu seu abatimento quando um dos oficiais que o acompanhavam desabafou: "Que tipo de seguidores estamos criando?". As mortes, contudo, não pararam. Pelo contrário. No início do outono, novas técnicas de execução em massa começaram a ser testadas: a dinamite e a asfixia por monóxido de carbono. Em setembro, um método utilizado anteriormente em pequena escala foi revivido e aperfeiçoado: caminhões passaram a servir como câmaras de gás ambulantes. No começo de 1942, as fornalhas dos campos de extermínio passaram a funcionar a pleno vapor. Essa foi a resposta de Himmler à pergunta de seu oficial.
http://veja.abril.com.br/100702/p_057.html

domingo, 12 de setembro de 2010

Pai e Filha

Muito Bonito