domingo, 27 de junho de 2010

TEXTOS DO 1º A1,A2,A3,A4,A5

"Educai as crianças e não será necessário punir os adultos!"Pitagoras
1 º Ano A1,A2,A3,A4,A5
Brasil Colônia
O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO
Nesses 500 anos de descobrimento do Brasil, muito tem-se falado da expansão ultramarina portuguesa, da expedição de Pedro Álvares Cabral e de sua chegada ao Brasil. Inclusive mais recentemente, a divulgação de documentos sobre as viagens de Duarte Pacheco, colocam em questão o pioneirismo de Cabral no Brasil.
Sem negar a importância do chamado descobrimento, é sempre bom lembrar-mos que a colonização somente se efetiva cerca de 30 anos depois de Cabral, com a chegada de Martim Afonso de Souza. Sua expedição pode ser considerada um divisor de águas em nossa história, determinando a passagem do período pré-colonial para o período colonial.
Nossa hitoriografia convencionou dividir a história do Brasil em três períodos: colônia, império e república. Contudo nos 30 primeiros anos do século XVI não existiu colonização. Esta fase, chamada pré-colonial, foi marcada pelo extrativismo vegetal do pau-brasil, com mão-de-obra indígena baseada no escambo, pela criação de algumas feitorias e envio de algumas expedições exploradoras e guarda-costeiras.
Porque durante três décadas o Brasil foi relegado a um plano secundário?
A resposta é simples : "lucro".
Nesse momento, Estado e burguesia portugueses estavam mais interessados na África e na Ásia, porque aí os lucros eram imediatos com o comércio das especiarias asiáticas e dos produtos africanos, como o ouro, o marfim além do escravo negro.
Os lucros conseguidos com a extração do pau-brasil eram insignificantes se comparados com os afro-asiáticos.
Porém, as coisas mudaram um pouco e no final da década de 1520, Portugal via uma dupla necessidade de iniciar a colonização no Brasil. Por um lado, o reino passava por sérios problemas financeiros com a perda do monopólio do comércio das especiarias asiáticas. Por outro lado, a crescente presença estrangeira, notadamente francesa, no nosso litoral, ameaçava a posse portuguesa no novo mundo. Nesse sentido, o governo português enviou ao Brasil em 1530, a primeira expedição colonizadora, sob comando de Martim Afonso de Sousa. Essa expedição visava povoar a terra, defende-la, organizar sua administração e sistematizar a exploração econômica; enfim, colonizá-la.
Martim Afonso de Sousa, também destacou-se em nossa história ter trazido as primeiras mudas de cana-de-açúcar na região de são Vicente (SP) - produto que representará o primeiro grande momento da economia colonial - promovendo a instalação do primeiro engenho do Brasil (Engenho do Governador) e dando condições para fundação em 1532 de São Vicente, primeiro núcleo populacional do Brasil.
Pode-se ainda avaliar a importância de sua expedição, sabendo que foram principalmente os seus resultados o que provavelmente levou o rei de Portugal D. Jõao III ao plano de subdividir o Brasil em donatarias, primeiro passo para sua colonização regular. Essas donatarias ou capitanias hereditárias representam o primeiro projeto político-administrativo para colonização do Brasil, reproduzindo, com algumas diferenças, o sistema já experimentado pelo governo português em suas ilhas no Atlântico africano.

1 º Ano A1,A2,A3,A4,A5
TEXTO Nº 2
A presença holandesa na economia açucareira
Na falta de metais preciosos, a solução para obter alguma forma de lucro no Brasil colônia, seria promover a produção de um gênero agrícola que tivesse grande aceitação e elevado preço no mercado europeu. O açúcar atendia perfeitamente essas exigências.

Desde o século XIII os europeus já conheciam o açúcar. O problema é que era caro demais, pois era produzido no Extremo Oriente e chegava à Europa em pequenas quantidades. Entre os séculos XV e XVI espanhóis e portugueses resolveram plantar cana-de-açúcar. A Espanha utilizou suas terras americanas e Portugal suas ilhas africanas.

Em 1532, Martim Afonso de Sousa criou o primeiro engenho no Brasil, distribuindo terras para que os colonos plantassem cana. Em menos de 20 anos as plantações de cana se espalharam de tal forma pelo litoral, que por volta de 1550 o Brasil já era o maior produtor mundial de açúcar. No Nordeste, especialmente em Pernambuco, encontrou-se excelentes condições de clima e solo, instalando-se rapidamente dezenas de fazendas e engenhos.

No início, a empresa açucareira enfrentou sérios problemas. Plantar cana era uma coisa. Produzir açúcar, outra. Além do frete ou compra de embarcações para transporte dos colonos e dos equipamentos, o custo para implantação de um engenho era muito elevado, pois os equipamentos eram caríssimos para época, como fornalhas, moendas e vasilhas de cobre. Nesse sentido, os holandeses surgem como peça vital para viabilizar a empresa açucareira na colônia.

Desde o século XV, os holandeses já comercializavam o açúcar produzido pelos portugueses nas ilhas atlânticas. No Brasil, emprestavam o capital, exigindo em troca os direitos de refinação e distribuição no mercado europeu, bem como, o transporte de Portugal para Holanda. Recolhiam o produto em Lisboa, refinavam e distribuíam na Europa, principalmente na França, Inglaterra e regiões do Báltico. Ficavam com a maior parte da renda gerada pela empresa açucareira brasileira, pois esta era uma época mercantilista, onde o acúmulo de capital estava bem mais na distribuição (comércio), do que na produção da mercadoria.

Ao rei de Portugal cabia uma parcela também significativa do capital gerado pelo açúcar, pois recolhia impostos dos produtores, comerciantes e transportadores do produto.

Durante os séculos XVI e XVII a empresa açucareira brasileira foi a maior do mundo ocidental. A contribuição dos holandeses para a expansão do mercado açucareiro foi um dos principais fatores para o êxito da colonização do Brasil. Destacando-se tanto no comércio, como nas finanças no velho mundo, os holandeses eram nessa época os únicos com organização comercial suficiente para criar um mercado de grandes proporções para um produto como o açúcar.

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